quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A Sem Expressão

Em junho de 1972, uma mulher deu entrada no Hospital Cedar Senai, vestindo nada mais que uma camisola branca coberta de sangue. Por si só, isso não deveria ser surpreendente já que muitas vezes as pessoas têm acidentes nas proximidades e vão para o hospital para receber atendimento médico. Mas havia duas coisas naquela mulher que fizeram com que as pessoas que a vissem sofressem de náuseas e terror.


A primeira é que ela não era exatamente "humana". Ela parecia algo próximo a um manequim, mas possuía a destreza e fluidez de um ser humano normal. Seu rosto, era perfeito como uma boneca, mas desprovido de sobrancelhas e coberto de algo como maquiagem. Mas não era por isso que ela fazia as pessoas vomitarem ou correrem.

Ela tinha o que parecia ser os restos de um filhote de gato em sua boca, a mandíbula estava tão firmemente fechada em torno dele, a ponto de não ser capaz ver seus dentes. O sangue ainda vertia do animal empapando a camisola e escorrendo pelo chão. Finalmente ela puxou a coisa para fora da boca, jogou-o de lado e desmaiou. 

A partir do momento em que ela atravessou a entrada, ela foi levada para um quarto do hospital e limpa antes de ser preparada para a sedação, ela estava completamente calma, inexpressiva e imóvel. Os médicos acharam melhor contê-la e esperar até que as autoridades chegassem e ela não protestou em momento algum. Eles não foram capazes de obter qualquer reação dela e a maioria da equipe se sentia desconfortável de olhar diretamente para ela por mais de alguns segundos.

Mas no momento que a equipe tentou sedá-la, ela lutou com força extrema. Dois membros da equipe tentaram segurá-la, a medida que ela se erguia da cama com aquela mesma expressão imutável.

Ela virou os olhos sem emoção para o médico do sexo masculino e fez algo incomum. Ela sorriu. Quando o fez, uma médica gritou e ficou completamente em choque. Na boca da mulher não haviam dentes humanos, mas longas presas com pontas afiadas. Muito longos para a sua boca fechar completamente sem causar nenhum dano...

O médico olhou para ela por um momento antes de perguntar "Que diabos é você?"

Ela girou o pescoço na altura do ombro do médico para observá-lo, ainda sorrindo.

Houve uma longa pausa, a segurança foi alertada e era possível ouvi-los vindo pelo corredor.

Mas antes de algo poder ser feito, ela saltou para a frente, afundando os dentes na garganta do medico, rasgando a sua jugular e deixando-o cair no chão, lutando para respirar e medida que engasgava no próprio sangue.

Ela levantou e se inclinou sobre ele, o rosto perigosamente próximo enquanto a vida se esvaía diante de seus olhos.

Ela se aproximou e sussurrou em seu ouvido.

"Eu... sou... Deus..."

Os olhos cheios de medo do médico a observaram aguardar calmamente a chegada da segurança. Ela iria acabar com cada um deles um por um.

A médica que sobreviveu ao incidente deu a ela o nome de "A sem expressão".

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